Tocando Agora: ...

Setembro Verde reforça importância da doação de órgãos: “Uma simples conversa pode salvar vidas”, destaca especialista

Publicada em: 24/09/2025 08:29 -

 

Durante a conversa, Lucymary Saraiva, presidente da Comissão de Doação de Órgãos do Hospital São Paulo ressaltou a importância do tema e esclareceu pontos fundamentais sobre o processo de doação. Segundo ela, doar órgãos é um gesto de solidariedade que pode salvar vidas e proporcionar mais qualidade de vida para quem aguarda um transplante. No entanto, a prática ainda enfrenta resistência e desinformação em muitas famílias brasileiras.

“A doação de órgãos é o ato de permitir que órgãos e tecidos de uma pessoa, viva ou falecida, sejam transplantados para outra pessoa. Isso pode representar a única chance de sobrevivência para quem está na fila de espera”, explicou Lucymary.

A especialista destacou que qualquer pessoa pode ser doadora, seja em vida ou após a morte, especialmente em casos de morte encefálica ou parada cardiorrespiratória, quando é possível doar múltiplos órgãos e tecidos, como coração, pulmões, fígado, córneas, pele, ossos, tendões e válvulas cardíacas.

Um dos principais pontos abordados na entrevista foi a necessidade de conversar com a família sobre o desejo de ser doador. “No Brasil, não existe um documento oficial que registre essa vontade com validade legal. Portanto, a única maneira de garantir que sua decisão seja respeitada é comunicá-la claramente à sua família. No momento do falecimento, são os familiares que darão a palavra final”, enfatizou.

Lucymary ainda lembrou que o momento da perda de um ente querido é extremamente doloroso, o que torna ainda mais difícil a tomada de decisões rápidas. “Muitas vezes, quando vamos conversar com as famílias, ouvimos que a pessoa nunca comentou nada sobre o assunto. E aí, mesmo que ela quisesse doar, a doação não acontece. Por isso, reforçamos tanto: fale sobre isso em casa, durante uma refeição, numa conversa cotidiana. Não deixe esse desejo guardado apenas com você.”

A entrevistada também desmistificou alguns mitos que cercam o tema, como o receio de que a doação possa desfigurar o corpo ou gerar custos para a família. “Isso não é verdade. Após a retirada dos órgãos, o corpo é reconstituído normalmente, o que permite o velório sem qualquer problema. E todo o processo de doação é realizado pelo sistema público de saúde, sem custo algum para a família do doador”, esclareceu.

Outro aspecto abordado foi a existência de uma lista única e nacional de pacientes que aguardam por transplantes, gerenciada pelo Sistema Nacional de Transplantes, vinculado ao Ministério da Saúde. A inclusão nessa lista depende de avaliações médicas rigorosas e da ausência de contraindicações clínicas.

Ao final da entrevista, Lucymary deixou um apelo importante à população: “Se você acredita na doação de órgãos como um gesto de amor e solidariedade, diga sim à vida. Converse com sua família. Porque esse sim pode transformar a sua certidão de óbito em uma certidão de nascimento para alguém que está lutando por uma nova chance de viver.”

A campanha Setembro Verde segue ao longo de todo o mês, mas o recado é claro: a conscientização sobre a doação de órgãos deve ultrapassar o calendário e estar presente diariamente nas conversas dentro dos lares brasileiros.

Fonte: Rádio Muriaé 

Compartilhe:
COMENTÁRIOS
Comentário enviado com sucesso!
Carregando...